domingo, 29 de maio de 2011

V.E.S

" Há um som violento em todo ser. Calado, escondido entre tantos que somos. Todos nós temos e ninguém está livre da inquietude que nos agita e nos faz ser o que o outro não é: Uma cópia. Somos seres únicos."
Frase inicial do meu romance" V.E.S - visão extra-sensorial. Dispoinvel no site Agbook e Clube dos autores.

Olhos sensitivos.

Cães e Gatos e suas capacidades de verem o que não vemos!

 Todos nós já ouvimos alguém falar dessa peculiaridade desses nossos amigos. Cães  e gatos há muito que se diz tem essa capacidade de ver o que não vemos. Os cães também tem olfato cem vezes mais apurado que o nosso, assim como a sua audição. E os gatos podem perceber movimentos e formas durante a noite e esses são dados científicos há muito divulgado.
Além do mais, alguns especialistas em paranormalidade relatam que esses nossos amigos, se incomodam quando em uma casa encontram almas insatisfeitas e até mesmo obsessoras, eles a percebem e sai de onde estão. Ou latem intensamente, ou simplesmente ficam observando com olhar parado que acompanha o espírito se mover.
Estou descrevendo essas explicações, porque me ocorreu um fato desconcertante quando eu me mudei para o apartamento , aqui num bairro tradicional de São Paulo e que  me perturbou por um longo ano.
Resumindo:
Logo que me mudei para esse apartamento, trouxe somente as minhas coisas mais básica as demais deixe na outra casa.  No primeiro dia, quando liguei a tv ela deu um estouro  explodindo em mil pedaços e quase me ferindo.Achei que fosse a parte elétrica do apartamento. E ao tomar um banho senti uma dor nas costa que nunca senti antes. O chuveiro também queimou e mesmo tendo tomando banho na água fria, senti uma vontade imensa de dormir, fechar todas as janelas e portas e me isolar do mundo. Sentimentos que nunca haviam me tomado. E tive uma noite péssima, virava de  um lado para o outro não conseguindo dormir. No outro dia, acordei com uma certa vontade de chorar assim por nada. Mas fui trabalhar, e quando cheguei na empresa todos me perguntaram o que havia acontecido porque eu estava muito abatido. Pois bem fiquei preocupado e  toquei o dia quando a tarde voltei para a casa chamei o técnico para consertar todas as coisas danificadas, ele  me disse que ao entrar no apartamento sentiu uma vontade imensa de sair correndo. E não conseguiu consertar.Mais uma noite sem tv e sem água quente.Mais uma noite sem dormir e a vontade de chorar aumentando. E quando acordei pela manhã, não consegui ir trabalhar, fiquei deitado querendo ficar deitado mais e mais. Até que sentindo fome me levantei e fui até a cozinha comer algo. Vi pela janela uma senhora do outro apartamento me olhando. Eu a comprimentei e ela me comprimentou.
- Escuta rapaz, você precisa de alguma coisa.
- Um técnico, um eletrecista!
-As coisas pifaram novamente.
- Como novamente!
- Sai na porta que conversamos.
Eu curioso fui ver do que se tratava, acreditando ser algo da parte elétrica que causando todo aquele transtorno.E o seu apartamento dava de frente ao meu.
Ela apareceu com o seu gato no colo e me olhou firmemente com toda a certeza de quem sabia o que estava falando.
- Sai desse apartamento. Ele não é bom.
- Mas o que houve para a senhora me dizer isso.
- Olhe só!
Ele então  colocou o gato na escada e ele começou a andar de um lado para o outro, com certa ansiedade. Depois ela pegou o gato e  me pediu licença e o colou dentro de meu apartamento. O gato então saiu em disparada para o seu apartamento.
-Mas o que isso quer dizer!
-Não entendeu meu filho! Esse apartamento está com espírito ruim. Os bicho sentem isso, eles vêem.
Eu cocei a minha cabeça impaciente. Era o que me faltava, uma velha louca com suas crendices me  apurrinhando . Eu agradeci, e voltei para o meu apartamento. Fechei a porta e comecei a chorar.
Então a campanhia tocou e era aquela senhora.
- Você não pode ficar!
Eu fechei a porta na cara dela. Um ato que me fugiu do controle. Não era eu, e então comecei a quebrar tudo o que eu tinha. E depois exausto cair no chão chorando sem parar.
Novamente a campanhia tocou, era a senhora e o sindico que olhei pelo olho mágico, mas tão exausto que eu estava não consegui abrir a porta.  Eles insistiram e eu deitado ao chão nem conseguia falar. O sindico tinha uma chave mestra e abriu a porta e entrou com aquela senhora, me viram no chão sobre todas as coisas quebrada tentaram me levantar mas uma força imensa os puxou para o chão junto comigo, e como se estivessemos lutando, aquela força começou entrar na senhora e no sindico. Aquela senhora que sabia algo mais do que eu começou a gritar.
-Sai de mim, sai de mim agora, saia de minha vida. ...
E se levantou como que se livrando da força. O sindico também disse o mesmo e se livrou da força.Depois ela gritou para eu dizer o mesmo.
-É um espírito, e você pode expulsa-lo . Diga para ele sai, diga agora com toda a sua força.
-  Sai de mim, sai de mim agora. Sai, sai.... repeti varias vezes e o espírito então saiu. Eu me senti aliviado e me levantei.  E aquela maldita sensação de morte, de depressão desapareceu de mim assim como um passe de mágica.
O sindico e senhora me levaram para o apartamento dela e me deram um chá e o gato então aproximou-se de mim.
- Ele não entra naquele apartamento de jeito nenhum! Desde que ... Bem...
- Um outro inquilino que morava ali se matou fazem dois anos e desde então, todos que entram nesse apartamento passam por isso que você passou.
- Nós, meu rapaz já tentamos constatar a mãe do rapaz que se matou e alugou o apartamento para você. Nós dissemos a ela tudo o que há, mas ela se recusa a tomar alguma atitude. Ela é dessas religiões radicais que acredita que essas coisas não existem e se existe são coisas do demo. Ela já trouxe pastores ai para benzer, mas não deu certo. Ela não sabe que é preciso evocar o espírito e encaminha-lo para a luz.
Bem eu ouvi tudo e depois dessa experiência resolvi entregar as chaves e alugar outro apartamento. Com o conselho dessa senhora de sempre levar um cão ou gato e se eles gostarem da casa então é porque a casa está limpa.

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Ulisses j. F. Sebrian

domingo, 22 de maio de 2011

O carona.

Beto, trabalhava na mesma empresa há cinco anos. Nos três primeiro anos Beto morava próximo a empresa, na cidade de São Bernardo. Mas quando o seu pai aposentou a família toda decidiu morar em Santos no litoral paulista e que fica apenas uma hora da cidade de São Bernardo.

E assim todos os dias Beto ia e vinha pela rodovia  dos Imigrantes que  corta a imensa Serra do Mar coberta ainda por vegetação nativa e com imensos túneis  para se passar. 

Beto, fez amigos em Santos e todos os sábados jogavam um futebol de areia com o mar lambendo os seus pés. E como toda sexta feira o expediente ia até às 16 horas, Beto aproveita para tomar uma bebidinha com os amigos da empresa num bar ali de São Bernardo. 

E mesmo tendo consciência de que se beber não deve dirigir, Beto abusava. E vinha com aquela conversa de que dirigia melhor bêbado. E assim foi por alguns anos. Mas o destino está sempre de olho em nossos atos, pronto para aprontar das suas.

E assim que numa sexta feira,  Beto depois de beber com os amigos, tomou a rodovia dos Imigrantes para voltar para a casa, quando encontrou uma chuva típica da Serra do Mar. Mal se podia ver com tanta nuvens quase que abaixando sobre os carros.

E já alcoolizado Beto então derrapou e  atropelou um pedinte que ia pelo acostamento e seguindo em zig zag  Beto bateu o carro numa árvore e  no mesmo instante curou de seu porre. Saiu do carro para ver o que aconteceu.

Viu primeiro o carro,  que sofrera amassados diversos mas nada que o martelinho de ouro não resolvesse.  E quando olhou para atrás viu o corpo do  pedinte caído ao chão. Pensou em imediatamente fugir, porque teria complicações. 

Estava Bêbado, e aproximar-se do pedinte ele ainda respirava. Tomou o telefone da concessionária e ligou para o resgate e depois entrou em  seu carro tomando o rumo para  a sua casa. Chegando lá contou a sua família que apenas bateu o carro. Com medo não falou do atropelamento.

Depois  foi para o seu futebol, arrumou o carro e voltou para o seu dia a dia. E  na segunda quando voltou a trabalhar passou pelo local do acidente  e pode perceber que tudo estava como antes. Beto se sentiu aliviado.  A noite quando voltou para casa, ao passar pelo local do atropelamento. Assustou-se e parou. 

Incrivelmente como a uma visão diabólica,  viu um corpo deitado ao chão e no mesmo local onde estava o mendigo que atropelou. olhou pelo retrovisor e o corpo continuava lá. Então aproveitou o trânsito  leve, desceu do carro e dirigiu-se para ver se era o mesmo corpo do pedinte que atropelou. 

Ascendeu a luz de seu celular e não viu mais nada. Beto achou ter visto coisa e voltou para a casa. No dia seguinte quanto voltou para a casa novamente ao passar pelo mesmo local não viu corpo algum mas  figura sinistra do homem que atropelou estava em pé olhando para ele.
Beto se assustou e acelerou entrando com velocidade máxima dentro do túnel e correu para a sua casa, assustado demais para comentar o assunto. Perturbado com a imagem do mesmo homem que atropelou. E naquela noite não dormiu.

No dia seguinte chegou na empresa assustado, e com medo de voltar pelo mesmo caminho.Achou melhor dormir a casa de algum amigo ou em hotel. Avisou a sua família  de que estaria a trabalho e passou a semana ali mesmo em São Bernardo. 

Mas a sexta feira chegou e jogar o futebol com os amigos era indispensável. E como toda sexta feira terminavam o expediente as 16 horas, Beto correu com o carro para pegar a rodovia  dos Imigrantes ainda com sol para chegar em casa antes das 18 horas. 

O transito não ajudou, estava lento e propositalmente a noite veio. Beto temeu e ao passar pelo local do acidente desviou o seu olhar para não ver o atropelado.  E passou sem vê-lo.  Beto aliviou-se até entrar no túnel, quando ao banco do carona o atropelado estava sentado. 

Beto sentiu o seu corpo gelar, mas não podia parar de dirigir. O atropelado olhou para ele com a marca de sangue ainda em sua cabeça o braço retorcido e as pernas quebradas. A luz que iluminava o imenso túnel , iluminava claramente o atropelado. E ao sair do túnel o atropelado desapareceu.
-Acho que estou vendo coisas. Vou procurar um psicólogo na segunda feira. - disse Beto, que voltou para casa transtornado e abatido.

Na segunda pela manhã quando voltava para trabalhar  ao entrar no túnel, sentiu um tranco em seu carro. Parou no acostamento e desceu para ver do que se tratava.

Foi quando percebeu que amassado no capô do carro voltou. O mesmo amassado que ficou após atropelar o mendigo. Mas como aquele amassado novamente  se havia arrumado todo o carro a uma semana?  Ao entrar no carro, e acelerar viu novamente o mendigo sentar-se no banco do carona. 

E ao sair do túnel ele desaparecia. Assim como desaparecia o amassado no capô de sua carro.

E foi assim durante uma semana. Beto procurou psicólogos, pediu para rezar uma missa para aquela alma.

E numa sexta feira quando bebeu mais um pouco e ia voltando para a casa, encontrou o mendigo sentado em sua carona novamente. E com a bebida alta, Beto sentiu coragem de falar com aquele fantasma.
- Vamos o que você quer? Quer me levar, então me leva porque eu não aguento mais.
- Eu quero que você me leve para ver uma pessoa. Eu estava indo ver essa pessoa quando você me atropelou.

Beto respirou fundo. E sem que palavra alguma a mais fosse dita, Beto levou o mendigo para o local que ele queria como se o mendigo agora dirigisse o carro. Chegaram a uma casa simples de caiçaras  a beira do mar. E  Beto desceu do carro tento o mendigo ao seu lado. Uma mulher apareceu magra simples sofrida em seu rosto e corpo.
- O que quer!
Beto então olhou para o mendigo. E começou a falar o que o mendigo lhe disse para falar.
- O seu filho Samuel.
- O que ele fez dessa vez?
- Ele pede desculpas por tudo que fez. Pede perdão mesmo e diz que a bebida e as drogas e que acabaram com ele. Mas ele nunca deixou de te amar como mãe. Ele pede que o seu corpo se jogado ao mar, porque ele não quer que ninguém mais chore por ele. Ele sente muito ter feito tanta gente chorar. 
- Você esta vendo ele....
- Ele esta ao meu lado.
- Então diga a ele que vá com Deus e que eu o perdoou sim. Porque uma mãe nunca deixa de gostar de seu filho.
Beto olhou para Samuel. Ele agora sorriu sem marca alguma do acidente e foi ficando transparente. E antes de sumir de vez olhou para Beto.
- Não se preocupe, você não me atropelou. Eu que me joguei em seu carro. Eu estava com medo de olhar para a minha mãe depois de tanto a fazer sofrer. Obrigado Beto. Obrigado.

Samuel se foi e Beto ficou conversando com a sua mãe. Aliviado agora de sua culpa, decidiu não beber mais em sua vida e não temer mais os seus erros. Passou a visitar aquela senhora todos os finais de semana onde trazia roupas novas, tv e alimento para ela. O que de alguma forma alimentava agora a sua alma com o que até então não havia descoberto na vida. O destino sempre tem uma carta a mais na manga ou uma nova jogada.

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A ÚLTIMA RUA - FINAL.


E então ao entender o meu amor, Soraia esticou a sua mão através do espelho e tocou a minha mão. 
-Tem certeza que é isso que você quer?
-Com a certeza de toda a minha alma! Eu não poderia viver mais um segundo sem você.
Ela sorriu. E me puxou para dentro do espelho. No beijamos pela última vez e a danação de nossas almas começou.  Todos os moradores daquela cidade que Soraia matou e manteve cativa as suas almas desde 1800 foi passando por nós, enquanto a besta se alimentava de nossa dor. Ela sorria e festejava o nosso sofrimento. Mas o meu amor por Soraia ia me fortalecendo e a Soraia também até que a última alma foi liberta e seguiu o seu caminho para a luz e que haveria de seguir. Eu e Soraia não aguentávamos mais, e pedir para morrer era impossível porque havíamos morridos centenas de milhares de vezes.
Então sarcasticamente a Besta apareceu em nossa frente com o seu mundo de dor terrível que parecia nos esmagar.
- Agora podem ir, e se precisarem de mim para mais alguma trabalho estou sempre a disposição. Sempre.
Derrepente toda a casa de Soraia desapareceu e somente eu e ela ficamos  um ao lado do outro. E começamos a caminhar entrando pela última rua da cidade e passando por todas as casas. 
- Todas as almas se foram. Estão livres.  - Eu disse.
- A minha alma ainda esta presa. Eu vagarei por anos ainda a solidão dessa cidade. 
- Não, eu estarei ao seu lado aqui.
- Não percebes Álvaro que está vivo e eu ainda não. Agora eu purgo, nesse purgatório. Deixei o inferno, mas ainda estou no purgatório. E tem que ser assim.
-Não. Eu me matarei para estar ao seu lado...
-Não, não aumente mais a minha pena. Ouça o que tem a fazer é viver tudo o que tem para viver. Até o dia em que nos encontraremos novamente. 
- Mas ...
- Acredite em nosso amor.
Foi a última coisa que ela disse e desapareceu de minhas mãos. Agora eu que sentia a dor de sua ausência a solidão de não te-la. A minha alma doía coisa que nunca imaginei ser tão doloroso e  foi quando a Besta apareceu com  a sua proposta.Aproveitando a minha dor, como é de sua natureza.
- Eu te darei Soraia, desde que me dê almas.
-Almas...
- Uma por dia. E terá Soraia um dia de cada vez.
-Não obrigado, vou seguir o meu caminho. Sou homem de encarar a minha dor, a minha fraqueza.
Ela então se irritou e gritos e  outras bestas apareceram numa escuridão que se fez o dia. Eu não temi . Nenhuma proposta me faria matar alguém . Eu esperarei Soraia o tempo que for preciso, mas com a alma limpa.  Então a besta se foi e toda a escuridão. Eu caminhei pela cidade deserta e entrei na igreja. Procurei o livro de registro  de todos que foram batizado desde 1800 e comecei a rezar pelo perdão e pela alma de cada um. E alguns meses depois a cidade voltou a ter moradores vivos. Um padre, e eu como um homem envelhecendo e esperando a morte até encontrar Soraia novamente, mas de alma limpa.

sábado, 21 de maio de 2011

A ÚLTIMA RUA - parte-V

   Era a mesma casa erguida sobre a fortuna do café e  onde os escravos iam voltado para as suas celas após um dia longo e sofrido.  Soraia e seu pai me esperavam, ou esperavam Álvaro aproximar. Acho que vinha da cidade, e logo depois de cumprimenta-los apeie do cavalo.
- Parto essa tarde para a capital do império. A minha família me espera.
- Mas...- Soraia tentou contra argumentar.
- Eu entendo é o seu cargo na corte. -disse o pai de Soraia.
Então eu parti.  E Soraia ficou na varando me olhando como se desejasse me beijar e ir comigo. De alguma forma ela sabia que nunca mais me viria. E na capital do império português o São Sebastião do Rio de Janeiro eu me perdi. Havia ali mulheres vinda de todas as partes do mundo com os piratas e os marcadores. Soraia tinha razão em sua dor, desconfiança.
Eu voltei a mim e olhei para Soraia  presa ao espelho.
-  Eu não pude suportar aquela dor. Você nunca mais voltou, nem escreveu nem deu noticia. O meu pai morreu dois meses depois. Ele queria me casar com outro fazendeiro da região. E agora acho que teria sido melhor.
- Me perdoei!
- É tarde para o perdão. E  tarde para o meu perdão. 
- Mas e essas pessoas mortas...
- Eu todas as noite matei uma por uma em sacrifico para me manter assim como me vê como a última vez que me viu. Para que esse dia chegasse e eu pudesse lhe mostrar a minha dor de ter te perdido.
- Eu fui um tolo.
- Eu em minha dor a pessoa mais cruel. 
- Podemos ...
- A minha alma foi vendida as trevas e paguei com cada escrevo que matei e cada habitante dessa cidade que ia crescendo em população. Pessoas que vinham moram na cidade e fornecer almas para eu trocar com as trevas mais um ano de vida linda e bela para te esperar até esse dia.
- Eu estou aqui. E vou com você até o inferno agora que sei que te amo.
- Me ama.
- Não vê em minha alma o meu amor.
Soraia começou a chorar.
- Agora então me arrependo. Mas pagarei caro por isso. Sofrerei mil vezes a dor da morte de cada um que matei.
- Eu sofrerei com você. Quero morrer mil vezes com você até livrar de toda a sua culpa.

sábado, 14 de maio de 2011

A ÚLTIMA RUA - parte-IV




Fiquei só naquela imensa sala ouvindo os gritos e agora  uma certa dor que começou a me tomar. Eu não tive medo de Soraia, porque a tinha em minha alma há muito tempo. E não te-la começou uma dor em mim ao mesmo tempo em que me dava forças para ir buscar aquela mulher e enfrentar todo aquele mundo da morte. Então me pus a andar pela casa, ir de cômodo a cômodo em busca de Soraia ou algo que  me levasse até ela.  Paredes imensas onde  gritos parecia ecoar moveis feitos de corpos de pessoas onde as suas almas passam por ali. E a cada cômodo o inferno era mais nítido. Até que encontrei um espelho imenso de moldura vermelha onde olhos  cravados como diamantes contornando a moldura estava a observar-me.
E desse espelho eu pude olha-lá novamente. Soraia, prisioneira em seu inferno. O inferno que criou por todos essas centenas de anos.
- Deixe-me entrar!
- Vai embora, você não pode ficar mais aqui.
- Mas você foi me buscar!
- Eu me enganei!
- Não Soraia está na hora de você deixar o seu inferno e libertar todas essas almas. 
-Não posso libertar essa almas, eu as matei todas. E se libertar para cada alma irei morrer mil vez a mesma dor.
- Matou todos dessa cidade.
- Um a um, por anos. 
- Por ódio!
- Por vaidade!
- Mas você é tão bonita, não precisava ter matado por beleza.
- Agora me vê bela. Mas....
- Mas....
- Um dia você me deixou por outra mais linda...mais bela...
- Eu...
- Agora eu posso te reconhecer Álvaro. Você me fez vir para esse inferno.
Então como se toda sombra fosse tirada de meu olhos e dos olhos de Soraia, pudemos ver o nosso passado indo naquela casa para o século XVIII.

A ÚLTIMA RUA - parte-III

 
Aquelas pessoas mortas insistiam demoradamente com seus olhares para a última rua, e como a uma energia em que eu não pode controlar , então como se todas aquelas mãos me empurrassem para a última rua comecei a caminhar. Era um energia num silêncio  dominante daquelas pessoas mortas, e como um rato nas garras de uma gavião eu era levado sem pode me mover. Tudo estava parado, ave alguma cortava o céu. E mesmo que azul estranhamente o céu começou a transformar-se em meus sentindo, não era mais o céu, na era mais a cidade nem mesmo era eu. Era o toque da morte me levando para a última rua.E lá estava eu na última rua não sabendo o que fazia ali e vendo apenas um imenso pasto depois dos paralelepípedos que calçavam ao rua.  E até onde os seus olhos podiam enxergar não existia mais nada.
E então como vinda do nada e trazendo as trevas uma casa apareceu. Uma casa sombria imensa uma dessas  casas típicas do senhores fazendeiros da região e que herdaram de seus avós, fazendeiros donos de escravos. Fui sendo empurrado para a casa, sem mover um músculo sequer. Podia se ouvir gritos enquanto a porta de folhas imensas de madeira nobre se abriam, negras e quentes. A força daqueles mortos me levou para a casa. E derrepente ao olhar para atrás não vi mais o mortos, mas a imagem assustadora de demônios avermelhados com lanças afiadas guardando a sua saída.
E estranhamente não tentei correr, já não tinha mais força alguma sobre o meu corpo ao mesmo tempo em que uma consciência  de que agora eu era dominado se concretizava claramente.E estranhamente não me lembrei de oração alguma apreendida nas igrejas. E também não quis rezar.
E pisando então nas imensas salas da casa onde o assoalho parecia ranger juntos com gritos de dores, a vi enfrente de seu trono  todo roxo e dourado. Era uma mulher linda e exuberante que o ouro e diamantes que vestia não tirava a atenção de sua beleza. Jovem e com olhar penetrante me fez aproximar.
- Sempre fui Soraia, nunca mesmo antes  houve outro nome em minha vida. Soraia. - disse Ela, com a voz doce e forte.
- Eis uma rainha! - perguntei.
- Hum! gostei disso. Um homem que não me teme e reconhece o meu valor! - Ela disse.
E não sei porque eu disse aquilo.
- Sabe porque está aqui!
- Porque você quer a minha alma!- Assustadoramente eu sabia aquela resposta e mesmo assim não temi.
-E não temes por isso!
- Não posso temer uma mulher que desejo!
Ela então  desfez o seu sorriso e  fechou as mãos como que se protegendo.
- O que diz!
- Soraia, não pode ver em minha alma que sempre esteve nela.  Eu sempre te desejei.
-Cala-te. - Ela gritou desesperada.
- Não sente o que sinto. Em meus desejos em minhas fantasias sempre habitou. Não posso teme-la, eu quero te ter. Ser seu, vamos leve a minha alma...leve o meu amor...
- Desgraçado não diga isso. Não pode trazer sem não o medo, a dor, o pavor nesse reino. 
- O amor então é proibido!
- Desgraçado cale essa boca. Não diga essa palavra...
Eu a enfureci e ela se desfez em chamas....eu fiquei só na sala.

domingo, 8 de maio de 2011

A ÚLTIMA RUA.- parte-lI


 Eu sai correndo com o meu carro e pelas ruas ia vendo as casas todas fechadas, mas se podia perceber os vultos de pessoas mortas atravessando as paredes e me olhando com um olhar de pena como se eu fosse o próximo a estar ao lado deles. Me lembrei daquela famosa frase que minha avó dizia." É preciso sorte na vida, até as flores precisam de sorte,porque umas enfeitam a vida e outras enfeitam a morte". Eu não podia contar somente com a sorte, teria que contar com a minha força de sobreviver e por isso ia engolindo o meu medo de ver aqueles mortos e estar ali naquele sonho ou realidade macabra, tétrico. Mas alimentando o meu medo de morrer o que me impulsionou o meu desespero de sair daquela cidade. E o mais incrível e inacreditável é que todas as casas,que se olhava os mortos, os moradores dessas casas iam aparecendo. Pai mão, filhos e filhas avós e avos, todos apareciam pelas paredes ou sentados em suas varandas e muros. Terrível de se ver, assustador. Mas ai então subitamente parei o carro. E deixando o medo de lado pensei, o porque toda a cidade estava morta? O que havia acontecido que os matara.
Abri a porta do meu carro e sai, e fiquei enfrente ao carro e as vi aproximando de mim, o medo se foi, porque elas, famílias inteiras não parecia assustadoras. Eram pessoas mortas.Apenas isso.E então das casas, saiam outras pessoas, com roupas de épocas de distante gerações passadas que foram morrendo e suas almas permaneciam no mesmo local.
- O que está acontecendo! Vocês querem me dizer algo!
Não falaram palavra alguma, não podiam falar. Mas apontaram para a última rua a poucos quarteirões de onde eu estava e era para lá que eu deveria ir.

domingo, 1 de maio de 2011

A ÚLTIMA RUA.- parte-I

   



Aconteceu comigo uma história que ninguém vai acreditar.

   Quando eu cheguei ao cruzamento de duas rodovias federais na divisa de São Paulo como Paraná, um lapso de memória me tocou. Eu só me lembrava que teria que voltar para a cidade de Campinas e me lembrei também que eu era um vendedor de produtos agrícolas. E mais nada passou pela minha cabeça, meus pensamentos foram arquivados em algum lugar em minha mente em que eu não tinha acesso. 

E ali parado ao acostamento tentando saber qual rodovia tomar sentir um silêncio maior do que de costume tomar a tudo ao redor. As plantações de soja e cana e algumas matas remanescentes. Nem uma viva alma, ou um pássaro passou por mim naquele instante. 

Então entrei no carro e tomei a rodovia a minha esquerda e foi me levando até uma cidade  típica daquelas bandas. Casas simples, com imensos quintais e árvores frutíferas, tudo ao redor de uma praça com uma igreja antiga  e totalmente deserta. 

O único banco da cidade estava fechado,os correios também. Pensei que fosse domingo. E vendo a porta da igreja aberta entrei. Talvez fosse uma missa de especial, e alguém ali dentro poderia me dar alguma informação. E quando entrei, foi uma surpresa danada. 

A igreja estava vazia. Vazia sem pessoa alguma. E ainda mais sem as imagens de santos típica de uma igreja católica  E mais assustador ainda, sem a própria cruz em que Jesus Cristo crucificado sempre permanece no altar de qualquer igreja católica. Tive a certeza de estar pirado. Ficando louco e sai correndo da igreja até o meu carro. Olhei novamente ao redor e não vi uma viva alma. Nem mesmo um pássaro.

Foi quando eu fui entrar em meu carro e dar no pé daquela cidade, que vi um vulto a minha frente. Correndo de uma casa a outra. Então olhei para igreja e vi um senhor de idade na porta da igreja me olhando.

Mas que merda! Eu tinha que sair dali, mas alguma coisa mais forte do que eu me mandou parar e olhar para aquele senhor.  Eu resisti lutando com a minhas forças contra algo que parecia me dominar. Algo mais forte do que eu e vindo de fora. Essa força me sugava sem querendo me levar para algum lugar para longe daquele senhor . E essa força ia ficando mais forte e mais forte. Então como uma louco sai do carro e fui até o senhor cansado, exausto. E aquele senhor soube dessa minha luta.
- Ela está te querendo! lute. Lute.
- Ela quem!....
Ele silenciou-se, tentou me dizer algo mas o som sumiu de sua boca. E ele tentava dizer, insistia e sabia que o som havia desaparecido de sua boca.
Então me levantei.
- Como eu faço para sair dessa cidade.
- A última rua, tem que passar por ela. - A sua voz voltou.
-A última rua.  - insisti e ele disse sim. - 
- Mas o que está acontecendo aqui!
- A última rua. - insistiu Ele. 
- Mas que última rua é essa. Eu quero que o senhor venha comigo... 

Foi a última coisa que disse antes de gritar e sair correndo. Ao tocar naquele senhor a minha mão passou pelo seu corpo e com o seu olhar ele me disse que estava morto, morto como todos naquela cidade. 

O mistério do pato.

Eu sei que é difícil de acreditar, mas aconteceu!

       Não posso dizer a localização exata, mas foi no estado de Goiás, no final de 2010, quando um amigo meu fazendeiro na região me convidou para passar uns dia em sua fazenda. E que faz divisa com um parque nacional e uma área de proteção ambiental. É uma fazenda grande onde o cerrado e a mata da Amazonas começam a se misturar. Tem algumas cachoeiras e lagos. Ali naquela região se vê céu estrelados , como se pudesse tocar nas estrelas. Ar puro, silêncio, tudo o que falta em São Paulo. Era as minhas melhores férias.
E numa manhã, manhã mesmo, porque lá o povo acorda a cinco da matina. Eu e esse meu amigo dona da fazenda fomos dar uma volta a cavalo para conhecer melhor a fazenda. E após as imensas plantações de soja e pasto para gado, entramos numa mata com trilha e que ele conhecia muito bem. Ele queria me levar para ver uma cachoeira que formava uma piscina natural imensa e que muitas aves e animais silvestres usam para as suas necessidades.  Chegando lá  não se pode se deslumbrar com a beleza do local, é de encher os olhos e toca a nossa alma dando a certeza de que o Criador existe e foi genial ali. 
Descemos dos cavalos, ficamos  debaixo de uma árvores vendo a bicharada se divertir naquela lagoa; O meu amigo me contou que ali estavam alguns patos raros e ameaçado de extinção por isso a área foi transformada em reserva. O que é justo. E para surpresa nossa depois de algum tempo observando os bichos, todos sairiam correndo, debandando, voando para longe como desespero. Ficamos surpreso, e até o meu amigo comento que poderia ser um Gavião real que os espantou ou até mesmo uma onça pintada. Mas ai percebemos que se tratava de um helicóptero do exercito que voava baixo procurando algo.
Ficamos onde estávamos e vimos que o helicóptero foi embora. E então vimos na lagoa aparecer um pato.  O pato estava tranquilo agora e   não havia voado como os demais mas se escondera entre as matas que circundava a lagoa. E para nós aquele era apenas um pato, mais nada.
Mas ai o helicóptero do exercito voltou rapidamente não dando tempo do pato se esconder. E ele então saiu voando e o helicóptero atrás. Ficamos observando surpreso que se tratava aquilo. Seria que os saldados estavam caçando pato com helicóptero! Seria o pato algo mais que um pato!
Ainda sobre o impacto da cena, vimos no céu o helicóptero voar mais baixo atrás do pato, que agora sim parecia desesperado e saiu voando com toda a sua força. E então do helicóptero veio uma rede e pegou o pato levando para dentro da aeronave voltando misteriosamente de onde veio. Eu e meu amigo ficamos sem saber se tínhamos visto coisa ou era real.  Especulamos todas as possibilidades possível e  voltamos para a sede da fazenda para almoçar.
E logo após o almoço, um carro do exercito apareceu na sede da fazenda querendo conversar com o dono.
Eu e meu amigo fomos receber e um oficial do exercito disse o seguinte.
- Hoje pela manhã os senhores presenciaram uma manobra do exercito. Era apenas uma manobra que por segurança nacional não poderiam comentar com mais ninguém  sob o domínio da lei...... em que poderiam ser condenados por atentado contra  a segurança nacional.  
- Por causa de um pato!- perguntou o meu amigo.
- O senhor entendeu o que eu disse ou quer que eu repita! - insistiu o oficial.
Meu amigo disse que esta tudo bem e que nada seria dito. O oficial foi embora, e meu amigo não disse mais nada. 
Tudo bem, ele não disse pra mais ninguém, mas eu estou publicando. Porque me intriga o que um pato pode implicar na segurança nacional? Aquele pato sabia de algo porque se escondeu e tentou fugir! Mas o que ele saberia, ou o que seria aquele pato. E toda aquela operação por um pato. E a nossa segurança nacional depende de um pato. Loucura, mistério.... Mas um pato?