domingo, 17 de julho de 2011

Cadáver. - parte I

A  padaria Roselina  na rua Olímpia é tranquila e faz os pães mas gostoso e crocantes da cidade. Evaldo o dono da padaria a comprou a três anos de um proprietário com os bigodes mais longos e o olhos mais profundo que uma dia soube existir.  Olhos tão forte e dominante que ainda persiste em sua memória. E esse proprietário que não era da cidade, nem natural do país e não parecia ser natural desse mundo, lhe vendeu a padaria como uma estranha condição. Mas, fazer o que? Evaldo pagou e ficou com a padaria e tudo o que estava nela, e a padaria era proprietária de um  segredo. Um segredo que importunava Evaldo todos os dias. O proprietário ao vender a padaria, exigiu que  nunca, nunca mesmo em hipótese alguma, o balcão  de aço inox no deposito fosse retirado. Evaldo a princípio não se importou, mas toda vez que ia ao deposito e via o balcão lembrava-se da condição de nunca mover-lo. A principio, ignorava, mas com os dias e uma melodia estranha entrando em seus ouvidos, ia dando mais atenção a aquele balcão. Um dia aproximou-se e viu que era apenas um balcão de aço inox, com gavetas  também em aço, pés resistentes e aparentemente apenas um balcão. Um simples balcão de aço. Mas porque afinal esse balcão incomodava tanto, e porque tinha que estar ali.
 Dias vão, dias vem.  E Evaldo um dia não resistiu e ao aproximar do balcão  consumido por sua curiosidade em saber o porque não poderia mover aquele balcão. Botou as suas mãos sobre ele, e com esforço descomunal tentou empurra-lo.Não conseguiu. Era pesado demais alem de  suas forças. Irritado, de uma irritação que vinha de sua  esfomeada curiosidade em saber o que  porque não podia mover o balcão. Abriu todas as gavetas tentado tira-las para jogar fora mas não conseguiu, pareciam amarrada ao balcão. E foi então que com as gavetas abertas, conseguiu mover o balcão. Foi só tocar que ele se afastou levemente, sem que força alguma fosse preciso.

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