domingo, 17 de abril de 2011

A ilha noturna.-parte-Vll. - Final

Sendo anjo, cada um com a sua missão. 



Ao voltarem para ilha, agora podiam ver  todos os seres e ver também o ódio das diabas que os olhavam sem poder toca-los.  E como a um jogo de futebol as diabas voavam para onde  os três amigo voavam, marcando-os corpo a corpo sem que pudessem toca-los ou impedir que fizessem o que teriam que fazer. Aquelas diabas sabiam o que eles queriam.
-Se vamos tentar salvar alguém, precisamos da união de nós três.- disse K.
- Eu sinto que há alguém nessa ilha que precisa de mim! Eu sinto!- disse Rafa.
- E você já a viu? - perguntou Taro.
Rafa olhou por toda a ilha.  Vasculhando arvores mortas, homens e mulheres, centenas de crianças e  animais. Tudo parecia morto, apodrecendo constantemente. Olhava a todos com cuidado, e mesmo que nenhum ser lhe mostrasse ser quem procurava. Rafa acreditava que estava por ali, o ser que o seu ser sentia.
- Ele sabe o que esta fazendo!- disse K. 
- Você pode sentir isso!
- Sim. Como eu senti você e Rafa me chamar.
- Eu não sinto ninguém me chamar nessa ilha. Mas desde que me tirou do mar, ouço uma voz no horizonte além de tudo que se pode ver aqui e é uma voz forte como se estivesse aqui ao meu lado.
- E essa voz chama por você!
- Ela diz o meu nome constantemente.
- Então assim que Rafa encontrar a alma que procura. Iremos procurar a alma que te procura.
Taro sorriu. E a voz que ouvia se acalmou.
Mas do alto onde estava puderam ver o amigo Rafa voar para mais alto, deixando a ilha e indo até onde os seus olhos o perdiam. Foi uma força que o tirou da ilha.
Taro quis voar atrás dele.Mas K o segurou. Sabia o que estava acontecendo.
Uma grande explosão de luz tomou o céu atingindo a ilha clareando tudo o que estava escuro e morto e atingindo a alma que Rafa procurava, agora iluminada para ele. Rafa segundos depois desceu dos céus com asas de anjo. E mergulhou na ilha tomando a alma que procurava. As diabas diante de tanta luz se esconderam nas cavernas profundas e apodrecidas, mas mesmo lá a luz chegou. E a luz mais uma vez as queimou com todas as vezes que uma alma ali era salva . As demais almas nada perceberam.
E Rafa ao tomar a alma caida naquele inferno,  a viu como  esqueleto morto onde as carnes estavam mastigadas pelas diabas  ser penetrada pela luz, e fazer-se o ser mais lindo que a sua alma sentiu.
K e Taro também viram a transformação.
Rafa estava contente, tinha em seus braços o ser mais lindo que já viu.
- Quem é ela? - perguntou Taro.
- Certamente a alma  que a sua alma procurava! 
- Mas ela é tão linda! Como pode ficar assim tão morta aqui nessa ilha!
- Na verdade olhe para eles. E verá que ele veio salva-la. Provar o seu amor. Ela está nessa ilha desde 1880 quando a sua família imigrando para o Brasil naufragou. Os seus pais não queriam que ela se casasse com Rafa.
Ela o esperou e ele veio busca-la. Essa é a missão deles, provar o amor.
- Como sabe tudo isso!
- Taro meu amigo. Essa é a minha missão. Ajudar os amigos.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

A ilha noturna. - parte VI


 K, o amigo que virou anjo.


       Assim que encontraram o amigo K,  Rafa e Taro entenderam aquela força que os tomavam também. E agora  com esforço desumano jogavam aquelas bruxas para longe de seus corpos. Elas com sede de tê-los cravava as suas unhas sobre os seus corpos sangrando-os onde o sangue pingava levado pela brisa da altura.  K, então com uma força estranha tocava os corte e os cicatrizava. A amizade falava alto, tão alto e longe do que a ilha pudesse atingi-los. E com a ira de suas irritações as diabas os atacava gritando com estrondosa voz horripilante. E para elas não havia limite.
- Meus amigos!- disse K - Só há uma forma de se livrarem dessas diabas. Se joguem no mar. Não temam. E confie em mim. Elas por alguma razão temem o mar. 
- Malditas. - disse Taro.
E a confiança  prevaleceu. E ao aceitarem  a proposta do amigo, K  que irritando ainda mais as diabas os levou para próximo do mar entrando na escuridão que tomava a ilha envolvida num nevoeiro e cercada pelo mar negro. Sob os gritos das diabas desesperadas, Taro e Rafa  se jogaram. 
A água do mar abaixo da superfície era quente, como o mar que freqüentavam e depois de mergulhar fundo submergiram olhando um céu claro e amigo. O sol lhes pertencia novamente e a mão de K começou a tirar os seus corpos da água. Levando-os para o alto. Taro e Rafa sentiram que realmente estavam mortos agora. 
- Então é verdade! - comentou Taro.
- Não importa! Não tenho mais medo! Me sinto livre como nunca imaginei ser possível.- disse Rafa.
- Podemos flutuar, voar pelo mundo. - comentou K.
- Mas e a ilha!
- Nunca esqueça da ilha  Taro. Ela foi uma experiência para nunca se esquecer. Aquelas diabas aprisionam almas que caem lá. Homens, mulheres, crianças, animais, árvores, peixes, plantas. Elas colecionam mortos. E vocês estariam preso naquela ilha se transassem com elas. Porque ao transar com as diabas,entraria nelas e lhes daria a alma . Como aqueles que estão lá. Elas se fazem de homens ou mulheres, pais ou mães, somente para ter as almas.
- Mas temos que salva-los.
- Não temos esse poder, Rafa.- disse K.- 
- Então eles ficaram lá para sempre.
- O tempo aqui, não é igual ao que conhecemos. Acredito que cada um que está lá tenha um anjo, e quando ele acreditam no anjo se salvam. Assim como vocês acreditaram em mim.
Todos sorriram.
- Eu gostaria de salvar ao menos um daquela ilha. Eu sinto que posso.- disse Rafa.
K olhou para Taro.
- Então vamos tentar!- disse K.
Taro concordou.

domingo, 3 de abril de 2011

Ilha noturna. - parte- V

A Força mostra a verdade da ilha.

Rafa e Taro correram para perto delas e preocupados queriam saber o que foi aquilo. Elas estavam lindas e gostosas como antes e despertando em Rafa e Taro a sede de te-las. E assim que aproximaram-se  elas o atraiam para os seus braços. E sem que pudessem  controlar Rafa e Taro sentiram a mesma força tomando-os e arrebatando-os para o alto, causando desespero e ódio nas duas mulheres. A força levou-os para o alto, o mais alto da ilha com um voo violento sem que pudessem resistir. E do alto, o mais alto da ilha Rafa e Taro puderam ver como a ilha .
Macabra, sinistra, escura e violenta. Onde criaturas abomináveis, ora rastejavam sendo comidas, ora faziam sexo. Era um terrível filme já assistido. Pássaros sem asas voavam sobre rios de águas turvas negras  que veias de sangue cortava-o e onde homens  de todas a eras caminhavam por ali como zumbis. Certamente eram náufragos como eles.  E mais alto que a força os levou, Rafa e Taro puderam ver o banquete que se deliciaram-se. Eram corpos de homens e mulheres em putrefação, onde sangue podre e vermes dividiam a mesma carne.
Rafa e Taro quiseram vomitar, mas não houve tempo. As duas mulheres agora aproximavam-se voando como eles naquele altura. Queria dos dois com toda a ira e ódio. E aproximarem-se, foram mostrando os rosto terrível e a verdade que a luz do sol das altura impõem. 
Eram a morte. As duas mulheres eram a morte trazendo em seus rostos o tempo desde o primor dos tempos e marca de cada corpo de homem e animal que mataram e deixaram ali naquela maldita ilha em suas coleções de seres  vivos, agora e a muito tempo mortos para elas. Para o prazer que tinham em mata-los.
Diabas colecionadoras de mortos.
Rafa e Taro assustados  esforçaram-se para não serem levados por elas, e como fosse possível  seguraram com todo o desejo de viver na Força que os levava dali. E ao olharem para essa força o sol do mundo criado por Deus, iluminou o rosto tão humano como eles. Tão amigo. A mesma força que encontram na neblina e agora como anjo que os tirava do inferno era o amigo K. K que se jogou ao mar revolto e que pensaram estar morto. K o anjo o amigo.

A ilha noturna.- parte- IV

O banquete maldito.


Taro e Rafa  viram a neblina se dissipar logo que a estranha força se foi. Puderam perceber as coisas aparecendo lentamente bem a frente de seus olhos. Árvores novas e floridas, pássaros coloridos e furtas apetitosa foram aparecendo.Como se uma magia invadisse os seus olhos com tantas cores. A ilha cinza e macabra desapareceu e  então tornou-se uma ilha tropical colorida e alegre. Rafa e Taro puderam se ver novamente  e de um minuto para o outro tudo o que haviam passado ficou num passado que agora parecia longe e distante.
- Mas onde estamos agora!
- Acho que pagamos os nossos pecados no inferno Taro. Agora é a vez do paraíso. Olhe só o quem vem vindo em nossa direção.- disse Rafa.
Eram as mais lindas mulheres que já viram em suas vidas. Aproximaram-se. E cada uma era tal qual os seus desejos mais íntimos e as vezes desconhecidos que Rafa e Taro tinha por mulheres. E com a força desse desejo  reconheceram em cada uma o seu desejo.
- Vocês estão com fome!- disse uma das mulheres com a voz macia e doce.
Rafa e Taro sentiram fome.
- Venham ! Venham! - disse a outra com seu encanto.
Rafa e Taro seguiram-as, deliciando com as suas curvas e como a um breve momento em que se fecha os olhos e o abre lá estavam eles apreciando um requintado banquete.  Comida farta, todos os gostos que Rafa e Taro gostavam e mais os gostos que nunca experimentaram e mesmo assim apreciaram e enquanto comiam eram devorados pelos olhos das duas mulheres que não desviam um minuto se quer de seu olhar com gosto de vê-los comendo. E naquele banquete nem eles nem elas perceberam que a estranha força que cumprimentou Taro e Rafa ainda a pouco sob a neblina, agora  de longe os observava.  A estranha força se mantinha  tão invisível ao verde das matas como invisível sobre as neblina, mantendo-se calado e em silêncio.
- Vinho! - disse uma das mulheres servindo Taro de vinho.
- Carne! - disse a outra mulher servindo Rafa de  carne.
Taro e Rafa comeram beberam sem perguntarem de onde vinha a comida e a bebida. E assim as mulheres vendo-os saciados ia agora acaricia-los. Primeiro aliviavam o seus cabelos, acariciava-os os seus  corpos, beijavam. Beijavam demoradamente, num prazer que não se pode evitar. Rafa e Taro estavam dominados, entregues. E quando aqueles duas mulheres tiram as suas roupas e as roupas de Taro e Rafa a estranha força interveio. Passando com violência sobre eles levando as duas mulheres com força  e rapidez. Elas ao longe dos olhos de Rafa e Taro revelaram o seu  terrível rosto devorado por vermes de carne podre. Elas lutaram com a força e se soltaram  caindo ao chão  como antes. Lindas e deliciosas.